quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tia, sobrinha e namorado podem ter sido mortos por vingança, investiga Polícia; entenda


Sobrinha do empresário Beto Neves, dono da marca Complexo B, Manuella Neves da Câmara Coutinho Bouri, de 22 anos, registrou em 2010 dois boletins de ocorrência contra o ex-padrasto, o advogado Michel Salim.
O delegado Wellington Vieira, titular da Delegacia de Homicídios (DH) de Niterói e São Gonçalo, disse nesta quarta-feira que os registros foram feitos em 24 de novembro de 2010 por agressão física e injúria.
Trio foi morto a tiros em São Gonçalo
Foto:  Reprodução Internet

De acordo com ele, existem quase 40 boletins registrados pela mãe de Manuella, Rosilene Neves, de 44 anos, contra o ex-marido. A maioria por injúria, agressão e não cumprimento de ordem judicial.

"Esses registros revelam uma relação muito conturbada, mas ainda é cedo para seguir apenas uma linha de investigação", disse Wellington, que trabalha com pelo menos duas hipóteses para o crime: latrocínio e execução com passionalidade. O irmão de Salim esteve na delegacia nesta quarta-feira, no Centro de Niterói, para levar alguns documentos que comprovariam que o advogado estava no Nordeste no momento do crime.
Corpos foram encontrados dentro de uma casa no bairro Venda da Cruz, em São Gonçalo
Foto:  Estefan Radovicz / Agência O Dia
Uma vizinha que teria ouvidos os tiros disparados pelo assassino será ouvida pela Civil. Os corpos das três vítimas serão sepultados nesta quarta-feira, às 16h, no Cemitério do Maruí, no Barreto, em Niterói.

Crime bárbaro choca o Rio
O relógio marcava oito da manhã quando Beto Neves, dono da grife Complexo B, ligou para a casa da mãe, Linete, em São Gonçalo, a fim de falar com a sobrinha, Manu, de 22 anos, com quem trabalhava. Três horas mais tarde, resolveu passar por lá, onde as duas moravam, e as encontrou mortas, junto a Rafany, noivo de Manu, na cama de um dos quartos.
Rafany e a noiva Manuella
Foto:  Reprodução Internet
“Ninguém vai trabalhar hoje, não, é? É por causa do frio? Que vida mansa vocês têm, hein?”, brincou Beto ao chegar, ainda na calçada da pacata Travessa da Cruz, no bairro Venda da Cruz. Sem ouvir resposta, subiu a escada e entrou na casa. Quando viu a cena, se desesperou. A primeira coisa que veio à cabeça foi pedir ajuda pelo Facebook: “Acabo de perder mãe e sobrinha. Assassinato. O que fazer, meu Deus?”, postou Beto na rede social.

Manuella, Rafany e Linete levaram pelo menos um tiro na cabeça de revólver calibre 38. Desconcertado, Beto não sabia o que fazer ou falar. Estava em estado de choque.

“Não sei o que foi, não faço ideia. Não tem nada de vingança. Somos de família humilde. Deve ter sido roubo. Só levaram os celulares”, dizia o empresário, atônito. A irmã de Beto, Rosilene Neves, 44, que perdeu mãe e filha na tragédia, também estava abalada.

Mas tinha outra explicação para a tragédia, que era a mesma dos policiais que viram a cena do crime e estão investigando.
“Só pode ter sido vingança por alguma coisa, mas não sei do quê. Deram tiro em todo mundo e não levaram nada”, disse Rosilene.
São Jorge na porta de casa
São Jorge é a marca registrada da grife Complexo B, que há 20 anos estampa em suas camisetas a imagem do santo guerreiro sobre o cavalo branco matando o dragão com sua lança.

A imagem de São Jorge também enfeitava a porta da casa onde viviam Linete e Manuella, em São Gonçalo. E chamava a atenção de vizinhos e curiosos, dando um tom ainda mais dramático à tragédia.

“Essa coroa (Linete) era nota 10. Não havia quem não gostasse dela. A Manu também. Infelizmente, São Jorge não conseguiu matar esse dragão”, disse uma das vizinhas, aos prantos.

O Dia Online 

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