Da REDAÇÃO
A inglesa Harnaam Kaur, de 23 anos, barbuda por causa da síndrome do ovário policístico, se define hoje como "mais feminina e mais sexy". Por causa da doença, ela tem pelos no rosto, nos braços e no peito desde os 11 anos.
"Amo minha barba e todos os meus outros caprichos pequenos – tatuagens, estrias, cicatrizes, manchas -, uso vestidos, saias, joias e gosto de fazer as unhas como qualquer outra garota. Quero que outras mulheres encontrem a força que eu tenho", disse a inglesa em entrevista do site britânico Daily Mail.
Como uma mulher de barba é algo "sobrenatural" aos olhos alheios, Harnaam diz que não mudará seu estilo por causa do bullying dos outros e mesmo tendo recebido ameaças de morte. Além do aumento de pelos em lugares incomuns no corpo, a irregularidade menstrual e a ausência de ovulação são alguns dos sintomas do problema que a inglesa enfrenta.
Ao lado da atitude de Harnaam está a organização britânica "Armpits4August", um coletivo de mulheres hirsutas e policísticas que decidiram aceitar seus pelos corporais.
O movimento ganhou um apoio de peso quando a médica americana Emily Gibson, diretora do centro de saúde da Western University, no Estado de Washington, lançou um apelo para que as mulheres ponham fim à guerra aos pelos pubianos. No respeitado site médico "KevinMD.com", Emily argumenta que a depilação da região genital aumenta o risco de infecções e de doenças sexualmente transmissíveis.
Conhecida como "SOP", boa parte das mulheres que sofrem da síndrome (muitas sem saber) tem atrasos ou ausência das menstruações. "A doença é considerada a segunda principal causa de infertilidade, perdendo apenas para a endometriose", alerta Rita Oliveira da Silva, médica ginecologista especializada em Mioma Uterino.
A dificuldade, no caso, é na ovulação. Aquelas que sofrem com esse problema ovulam irregularmente, o que torna difícil para que consigam engravidar.
"A síndrome dos ovários policísticos é uma doença caracterizada pela menstruação irregular, pela alta produção do hormônio masculino (testosterona) e pela presença de micro cistos nos ovários. A causa da doença é desconhecida e atinge entre 7% e 10% das mulheres no mundo, independente da idade", explica a especialista.
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